Está agendada para a próxima semana a reunião que definirá os critérios da safra da tainha de 2019. Faltando cerca de dois meses para o início da temporada de pesca, ainda não foi definido se a frota industrial será ou não autorizada pelo governo a capturar tainha. A indefinição gera uma grande preocupação ao setor pesqueiro catarinense. O encontro da Câmara Técnica da Tainha, instituída no seu Comitê Permanente de Gestão e Uso Sustentável dos Recursos Pelágicos das Regiões Sudeste e Sul (CPG Pelágicos SE/S) será realizado nos dias 09 e 10 de abril, em Itajaí.
O impasse ocorre porque o governo planeja compensar a quantidade capturada além da cota na safra de 2018, quando foi implementado o sistema pela primeira vez no Brasil, e a frota industrial do Sul e Sudeste pescou acima do limite permitido. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Pesca de Santa Catarina (Sitrapesca) Henrique Pereira, a pescaria realizada pela frota dos Estados do Sudeste e as falhas no controle da cota coletiva foram decisivas para a captura acima do limite. “Por que não levam em conta que enquanto os barcos de Santa Catarina voltaram pra terra em 15 dias, cerca de 30 barcos do Rio de Janeiro e São Paulo pescaram 45 dias a mais que nós?”, questiona.
Na última semana Pereira esteve em Brasília onde recebeu o apoio de toda a bancada catarinense para que a pesca da tainha seja mantida em 2019. “Não sou contra o sistema de cotas, desde que sejam individuais e não coletiva, senão vira bagunça e quem respeita as regras acaba punido por causa de outros que não respeitam”, afirma.
O presidente do Sitrapesca defende a liberação de toda frota industrial – que totaliza 104 barcos das regiões Sul e Sudeste – mas com cota individual para cada embarcação. Tradicionalmente a safra de pesca da tainha artesanal tem início dia primeiro de maio e a frota industrial dia primeiro de junho.